O Que Irrita 9 a Cada 10 Orientadores

Autor: Adrian Sgarbi. Tempo estimado de leitura: 1', 3’’. Imagem: Pesquisatec

Continue sua Jornada no YouTube ➡️ Inteligência Emocional (Parte 1 e Parte 2)

Certa vez, fui beber café com um amigo. E, antes mesmo de dizer bom dia, ele foi logo disparando:

"- Sabe o que mais me irrita?"

"- O quê?", respondi.

"- Quando alguém me escreve para pedir algo que conseguiria por si mesmo. Nunca fui preguiçoso assim. Aliás, tenho certeza de que isso irrita 9 a cada 10 orientadores".

*  *  *

Achei esse ponto interessante e pensei comigo mesmo: "- Será que é preguiça?"

É difícil saber. Pode ser que sim, pode ser que não. Quem enviou o e-mail pode realmente pensar que é lisonjeiro escrever:

"- Poderia me mandar todos os seus artigos zipados? Preciso para a minha monografia!".

Afinal de contas, há interesse pelo trabalho do professor, não é mesmo?

Outra possibilidade é que o aluno que enviou o e-mail não saiba como obter os artigos desejados. E essa foi a maneira que encontrou para consegui-los. Apenas isso.

Com esse pensamento, disse: "- Não acho que a melhor maneira de responder seja '- Vá procurar'", como ele disse ter vontade de responder ao infeliz e-mail. "Afinal...", completei, "...isso seria pouco instrutivo e só mostraria irritação".

Quem sabe dizer algo como: "- Olha, o material que você me pede é de fácil acesso. E essa é uma boa oportunidade para você treinar as suas habilidades de pesquisador!".

Não sei se a sugestão ajudou. O que sei é que, depois de dizer isso, recebi o meu "Bom dia". E, na sequência, o meu café.

Recomendações anotadas:

  • Delamont, S., Atkinson, P., & Parry, O. (2004). "Supervising the Doctorate: A Guide to Success". Maidenhead: Open University Press. Resumo: Neste livro, os autores fornecem uma visão abrangente do processo de supervisão do doutorado, enfatizando a importância da autonomia do pesquisador em pós-graduação. Eles discutem estratégias e práticas para desenvolver habilidades de pesquisa independentes, incluindo gerenciamento de tempo, identificação de lacunas no conhecimento e comunicação eficaz com supervisores.

  • Wisker, G. (2012). "The Good Supervisor: Supervising Postgraduate and Undergraduate Research for Doctoral Theses and Dissertations". Basingstoke: Palgrave Macmillan. Neste livro, Wisker explora a relação entre supervisores e estudantes de pós-graduação, abordando o desenvolvimento da autonomia na pesquisa. O livro inclui dicas sobre como os estudantes podem desenvolver habilidades de pensamento crítico e analítico, trabalhar de forma eficiente e independente e enfrentar desafios comuns na pós-graduação.

  • Lovitts, B. E. (2008). "Developing Quality Dissertations in the Sciences: A Graduate Student's Guide to Achieving Excellence". Sterling, VA: Stylus Publishing. Este guia destaca as características de dissertações de qualidade em ciências e enfoca a importância da autonomia no processo de pesquisa em pós-graduação. Ele oferece dicas práticas para planejamento e execução de projetos de pesquisa, incluindo como desenvolver habilidades de resolução de problemas, tomar decisões informadas e gerenciar o processo de pesquisa de forma independente.

  • Gardner, S. K. (2009). "The Development of Doctoral Students: Phases of Challenge and Support". ASHE Higher Education Report, 34(6), 1-127. Neste relatório, Gardner examina os desafios enfrentados por estudantes de doutorado e a necessidade de apoio e autonomia no desenvolvimento do pesquisador. O estudo destaca a importância de equilibrar a orientação e a independência na pós-graduação, oferecendo sugestões sobre como os estudantes podem desenvolver habilidades essenciais e se tornarem pesquisadores autônomos.

NOTA:

Que tal ir mais fundo no tema? Leia o post O QUE ESPERAR E O QUE NÃO ESPERAR DO SEU ORIENTADOR.

Anterior
Anterior

Diga Que Não Sabe Se Não Souber

Próximo
Próximo

3 Coisas que eu gostaria de mudar em meus anos de Pós-graduação