Bibliografia e Referências. Uma Regra Para Não Esquecer

Autor: Adrian Sgarbi. Tempo estimado de leitura: 3',09’’. Imagem: Pesquisatec

Eu entendo a confusão. Entendo mesmo! Quem não deseja contar, de alguma maneira, a odisseia da pilha de livros que enfrentou e a dezena de vezes que teve que superar um Everest de páginas de artigos com marcações e notas bem realizadas? Quem não quer insinuar que houve muito café e cabelos para o ar antes do êxito triunfal?

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BANCA DE QUALIFICAÇÃO

Participei esta semana de uma banca de qualificação. 

Como não sei bem se você conhece a terminologia, falarei do que se trata.

“Banca de qualificação” é expressão que aponta para um momento importante na vida acadêmica de um pesquisador. É o momento em que, pela primeira vez, o pesquisador apresenta algo de SÓLIDO daquilo que, antes, era apenas parte da PROMESSA feita no Projeto.

Não há razão para se assustar. O que há são razões para se ouvir. Porque na qualificação chega-se ao momento de ‘sentir’ como se está indo. Daí ser também um momento de alerta para quem perdeu o passo da pesquisa.

É claro que os seus avaliadores irão encontrar problemas em sua pesquisa. Isso é normal. O incomum é não haver problemas.

ERROS FORMAIS E SUSBSTANCIAIS

Aliás, esses problemas podem ser formais e substanciais. Os primeiros dizem respeito à apresentação e estrutura; os últimos à pesquisa em si.

Os formais são mais fáceis de se evitar. Basta um pouco de paciência que logo se entende o que se espera da apresentação e estrutura da pesquisa. 

Já os substanciais são mais complicados. Por isso não ouso tratá-los de supetão. 

Primeiro, porque eles pedem mais contexto. Falar de um aspecto substancial sem contextualizar é atirar uma bala de canhão no oceano. E a embarcação do engano pode estar muito longe da costa. Por isso, trato dessas questões aos poucos.

Segundo, porque temo estender demasiadamente algo que me propus ser pontual. O déjà vu de um equívoco banal, mas que teima em me perseguir quando estou em uma banca: a confusão entre bibliografia e referências bibliográficas.


No post COMO DESCARTAR MATERIAL DE PESQUISA SEM MEDO explico como lidar com excessos de livros e artigos em sua pesquisa.


A REGRA DO JOGO

Que você vai ler muito, muito, muito mesmo, isso é certo.

Também é certo que se você, no final das contas, usar 1/3 do que leu em sua dissertação e tese você deve se considerar um vitorioso.  Mas para as suas referências apenas vão os registros do que você citou. Nada mais do que isso. 

Guarde isso:

“O que NÃO ESTÁ CITADO no seu trabalho deve FICAR DE FORA do mundo ESCRITO de sua dissertação e tese.”

Portanto, você NÃO COLOCA em suas referências.

Simples assim.

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