Os 7 pecados da pesquisa

Autor: Adrian Sgarbi. Tempo estimado de leitura: 4',17’’ Imagem: Pesquisaqtec

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São conhecidos os 7 pecados capitais: A gula, A avareza, A luxúria, A ira, A inveja, A preguiça e o orgulho ou vaidade. Alguns deles podem até ser discutíveis, mas como a consequência é o inferno o melhor é prevenir do que remediar.

Quais são os 7 pecados de uma pesquisa? Não entregue ou publique o seu trabalho acadêmico sem verificar as nossas recomendações.

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PRIMEIRO: NÃO AGRADECER QUEM AJUDOU VOCÊ A CHEGAR ONDE CHEGOU

Olha, há coisas perdoáveis na vida. Por exemplo, os mal-entendidos, as desavenças aqui e acolá, e as pequenas rusgas. Mas uma coisa fala sobre o seu caráter: não ser agradecido.

Portanto, pare e pense um pouco. Agradeça quem merece o reconhecimento. É muito ruim quando alguém doa tempo para você e é ignorado depois.

Sabe, o tempo de uma vida é a “commodity” mais cara que há. Quando o passar dos anos começar a pesar nos seus ombros você entenderá cada vez mais isto.

Solução? Seja grato. Coloque no papel o nome daqueles que ajudaram a você ser quem você é.

SEGUNDO: ALTERAR O SIGNIFICADO DOS CONCEITOS SEM O DEVIDO CUIDADO

Este é um problema que de tempos em tempos encontro em dissertações e teses.  Um dos termos centrais é definido de um modo, mas com o passar dos capítulos ele vai mudando tornando o trabalho inconsistente.

Isto é um problema porque, se você está investigando algo, usar o mesmo conceito em sentidos distintos pode causar muita confusão e estragar o seu resultado final.

Solução? Faça um pequeno dicionário de conceitos, teoremas e argumentos que se repetem durante o seu trabalho. Verifique sempre se você os manteve intactos.

TERCEIRO: É DE ROMA QUE ESTÁ TRATANDO?

Não cometa o erro de querer reconstruir toda a história para começar a tratar do que importa para o seu trabalho. Vá direto ao ponto!

Qual é o propósito do seu estudo? Se não é necessário repassar a história do conceito, como trazer 1000 anos reduzindo a poucas páginas? Não faça isso.

Solução? Escreva uma boa hipótese de trabalho e mantenha-se concentrado nela.

QUARTO: EQUILÍBRIO

Imagine você lendo uma tese de doutoramento cuja introdução tem 20 páginas; o capítulo 1, 90 páginas; o capítulo 2, 15 páginas; o capítulo 3, 130 páginas e a conclusão, 2 páginas. Algo está estranho aí.

Não é que uma tese de doutorado (ou mesmo dissertação de mestrado) deva ser avaliada por seu número de páginas. Claro que não! Sempre digo isto e repito aqui: o tamanho de uma dissertação ou tese é o tamanho do argumento. Mas um bom trabalho tende a ser equilibrado em sua divisão.

Portanto, se a sua dissertação ou tese estiver desequilibrada dê uma nova lida e veja se algo pode ser feito a respeito. Caso você tenha lido e esteja seguro de que está tudo bem, mantenha.

Solução? Convém conversar a respeito com o seu orientador ou entregar para alguém ler todo o material e dizer o que pensa.

QUINTO: USO DE ADJETIVOS

Estou falando sério, já encontrei em tese de doutoramento citações acompanhadas dos seguintes elogios: “autor de solar inteligência” e de “inolvidável capacidade cerebrina”. O que é isto?!!! Nada de adjetivos em tese, tá bom?

Ok, ok, nos agradecimentos não há problema, mas pega leve. Afinal, você deve escrever algo que as pessoas acreditem. Não adianta dizer que alguém é Marie Curie ou Albert Einstein de sua área quando está longe disso.

Solução? Não seja bajulador e limpe o seu texto dos adjetivos.

SEXTO: DESCOMPASSO NA CONCLUSÃO

Um dos propósitos da introdução é guiar o seu leitor a respeito do que encontrará no trabalho. Assim, tudo o que foi prometido deve constar como atendido na conclusão.

Quando a introdução e a conclusão estão bem escritas o leitor encontra as respostas para as perguntas que o instigaram a pegar o seu trabalho para ler.

Solução? Use este truque para evitar problemas de descontinuidade. Para saber se tudo está bem com a sua introdução e conclusão elimine toda a parte do meio e imprima apenas a introdução e a conclusão. Leia ambos em sequência e verifique se há uma boa continuidade nos dois. 

SÉTIMO: INCONSISTÊNCIAS NAS REFERÊNCIAS CITADAS E NA BIBLIOGRAFIA

Todo cuidado aqui é pouco. Este é um pecado que você não pode falhar de jeito nenhum. Razão? Ele é muito visível no seu trabalho. Basta o avaliador dar uma olhadinha na bibliografia sem a referência utilizada para cair em cima de você. E, infelizmente, invariavelmente falhamos nisto.

Um pesquisador mostra as suas fontes, e mostra de forma correta.

Solução? Aprenda a usar um programa para administrar a sua bibliografia. Recomendo os seguintes: Bookends, Zotero ou Mendeley.

PECADO EXTRA: O QUE TEM DENTRO DESTA CAIXA?* UM POUCO SOBRE FIRULAS

Esta é para te salvar do purgatório.

Lembre-se: você escreveu um trabalho acadêmico. Portanto, nada de firula. Siga o padrão estabelecido por sua Universidade e não invente a roda. Os programas de Pós-graduação fornecem informações sobre o modelo a ser seguido. Siga-o. Simples assim.

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